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Informação Básica

System Integrity Protection (SIP) é uma tecnologia de segurança no macOS que protege certos diretórios do sistema contra acesso não autorizado, mesmo para o usuário root. Ele impede modificações nesses diretórios, incluindo criação, alteração ou exclusão de arquivos. Os principais diretórios que o SIP protege são:

  • /System
  • /bin
  • /sbin
  • /usr

As regras de proteção para esses diretórios e seus subdiretórios são especificadas no arquivo /System/Library/Sandbox/rootless.conf. Neste arquivo, os caminhos que começam com um asterisco (*) representam exceções às restrições do SIP.

Por exemplo, a seguinte configuração:

javascriptCopy code/usr
* /usr/libexec/cups
* /usr/local
* /usr/share/man

Indica que o diretório /usr é geralmente protegido pelo SIP. No entanto, modificações são permitidas nos três subdiretórios especificados (/usr/libexec/cups, /usr/local e /usr/share/man), pois eles são listados com um asterisco (*) na frente.

Para verificar se um diretório ou arquivo é protegido pelo SIP, você pode usar o comando ls -lOd para verificar a presença da flag restricted ou sunlnk. Por exemplo:

ls -lOd /usr/libexec/cups
drwxr-xr-x  11 root  wheel  sunlnk 352 May 13 00:29 /usr/libexec/cups

Neste caso, a flag sunlnk significa que o diretório /usr/libexec/cups em si não pode ser excluído, embora arquivos dentro dele possam ser criados, modificados ou excluídos.

Por outro lado:

ls -lOd /usr/libexec
drwxr-xr-x  338 root  wheel  restricted 10816 May 13 00:29 /usr/libexec

Aqui, a flag restricted indica que o diretório /usr/libexec é protegido pelo SIP. Em um diretório protegido pelo SIP, arquivos não podem ser criados, modificados ou excluídos.

Estado do SIP

Você pode verificar se o SIP está habilitado em seu sistema com o seguinte comando:

csrutil status

Se você precisa desativar o SIP, você deve reiniciar o seu computador no modo de recuperação (pressionando Command+R durante a inicialização), e então executar o seguinte comando:

csrutil disable

Se você deseja manter o SIP ativado, mas remover as proteções de depuração, você pode fazê-lo com:

csrutil enable --without debug

Outras Restrições

O SIP também impõe várias outras restrições. Por exemplo, ele impede o carregamento de extensões de kernel não assinadas (kexts) e impede a depuração dos processos do sistema macOS. Ele também inibe ferramentas como o dtrace de inspecionar processos do sistema.

Bypasses do SIP

Preços

Se um invasor conseguir contornar o SIP, isso é o que ele ganhará:

  • Ler e-mails, mensagens, histórico do Safari... de todos os usuários
  • Conceder permissões para webcam, microfone ou qualquer coisa (escrevendo diretamente no banco de dados TCC protegido pelo SIP)
  • Persistência: ele poderia salvar um malware em um local protegido pelo SIP e nem mesmo o root poderá excluí-lo. Além disso, ele poderia interferir no MRT.
  • Facilidade para carregar extensões de kernel (ainda há outras proteções hardcore em vigor para isso).

Pacotes de Instalador

Pacotes de instalador assinados com o certificado da Apple podem contornar suas proteções. Isso significa que mesmo pacotes assinados por desenvolvedores padrão serão bloqueados se tentarem modificar diretórios protegidos pelo SIP.

Arquivo SIP inexistente

Uma possível brecha é que, se um arquivo for especificado em rootless.conf mas não existir atualmente, ele pode ser criado. O malware pode explorar isso para estabelecer persistência no sistema. Por exemplo, um programa malicioso poderia criar um arquivo .plist em /System/Library/LaunchDaemons se ele estiver listado em rootless.conf mas não estiver presente.

com.apple.rootless.install.heritable

{% hint style="danger" %} A permissão com.apple.rootless.install.heritable permite contornar o SIP {% endhint %}

Pesquisadores deste post de blog descobriram uma vulnerabilidade no mecanismo de Proteção da Integridade do Sistema (SIP) do macOS, chamada de vulnerabilidade 'Shrootless'. Essa vulnerabilidade se concentra no daemon system_installd, que tem uma permissão, com.apple.rootless.install.heritable, que permite que qualquer um de seus processos filhos contorne as restrições do sistema de arquivos do SIP.

Os pesquisadores descobriram que, durante a instalação de um pacote assinado pela Apple (.pkg), o system_installd executa quaisquer scripts pós-instalação incluídos no pacote. Esses scripts são executados pelo shell padrão, zsh, que automaticamente executa comandos do arquivo /etc/zshenv, se ele existir, mesmo no modo não interativo. Esse comportamento pode ser explorado por invasores: criando um arquivo /etc/zshenv malicioso e esperando que o system_installd invoque o zsh, eles podem executar operações arbitrárias no dispositivo.

Além disso, foi descoberto que /etc/zshenv poderia ser usado como uma técnica de ataque geral, não apenas para contornar o SIP. Cada perfil de usuário tem um arquivo ~/.zshenv, que se comporta da mesma maneira que /etc/zshenv, mas não requer permissões de root. Esse arquivo pode ser usado como um mecanismo de persistência, disparando toda vez que o zsh é iniciado, ou como um mecanismo de elevação de privilégios. Se um usuário admin se eleva para root usando sudo -s ou sudo <command>, o arquivo ~/.zshenv seria acionado, efetivamente elevando para root.

Em CVE-2022-22583 foi descoberto que o mesmo processo system_installd ainda poderia ser abusado porque estava colocando o script pós-instalação dentro de uma pasta com nome aleatório protegida pelo SIP dentro de /tmp. A questão é que /tmp em si não é protegido pelo SIP, então era possível montar uma imagem virtual nele, então o instalador colocaria lá o script pós-instalação, desmontaria a imagem virtual, recriaria todas as pastas e adicionaria o script de pós-instalação com a carga útil a ser executada.

com.apple.rootless.install

{% hint style="danger" %} A permissão com.apple.rootless.install permite contornar o SIP {% endhint %}

De CVE-2022-26712 O serviço XPC do sistema /System/Library/PrivateFrameworks/ShoveService.framework/Versions/A/XPCServices/SystemShoveService.xpc tem a permissão com.apple.rootless.install, que concede ao processo permissão para contornar as restrições do SIP. Ele também expõe um método para mover arquivos sem nenhuma verificação de segurança.

Snapshots do Sistema Selados

Os Snapshots do Sistema Selados são um recurso introduzido pela Apple no macOS Big Sur (macOS 11) como parte de seu mecanismo de Proteção da Integridade do Sistema (SIP) para fornecer uma camada adicional de segurança e estabilidade do sistema. Eles são essencialmente versões somente leitura do volume do sistema.

Aqui está uma visão mais detalhada:

  1. Sistema Imutável: os Snapshots do Sistema Selados tornam o volume do sistema macOS "imutável", o que significa que ele não pode ser modificado. Isso impede quaisquer alterações não autorizadas ou acidentais no sistema que possam comprometer a segurança ou a estabilidade do sistema.
  2. Atualizações de Software do Sistema: quando você instala atualizações ou upgrades do macOS, o macOS cria um novo snapshot do sistema. O volume de inicialização do macOS usa o APFS (Apple File System) para mudar para esse novo snapshot. Todo o processo de aplicação de atualizações se torna mais seguro e confiável, pois o sistema sempre pode reverter para o snapshot anterior se algo der errado durante a atualização.
  3. Separação de Dados: em conjunto com o conceito de separação de volume de dados e sistema introduzido no macOS Catalina, o recurso de Snapshots do Sistema Selados garante que todos os seus dados e configurações sejam armazenados em um volume separado "Dados". Essa separação torna seus dados independentes do sistema, o que simplifica o processo de atualizações do sistema e aprimora a segurança do sistema.

Lembre-se de que esses snapshots são gerenciados automaticamente pelo macOS e não ocupam espaço adicional em seu disco, graças às capacidades de compartilhamento de espaço do APFS. Também é importante observar que esses snapshots são diferentes dos snapshots do Time Machine, que são backups acessíveis pelo usuário de todo o sistema.

Verificar Snapshots

O comando diskutil apfs list lista os detalhes dos volumes APFS e sua disposição:

+-- Container disk3 966B902E-EDBA-4775-B743-CF97A0556A13
|   ====================================================
|   APFS Container Reference:     disk3
|   Size (Capacity Ceiling):      494384795648 B (494.4 GB)
|   Capacity In Use By Volumes:   219214536704 B (219.2 GB) (44.3% used)
|   Capacity Not Allocated:       275170258944 B (275.2 GB) (55.7% free)
|   |
|   +-< Physical Store disk0s2 86D4B7EC-6FA5-4042-93A7-D3766A222EBE
|   |   -----------------------------------------------------------
|   |   APFS Physical Store Disk:   disk0s2
|   |   Size:                       494384795648 B (494.4 GB)
|   |
|   +-> Volume disk3s1 7A27E734-880F-4D91-A703-FB55861D49B7
|   |   ---------------------------------------------------
|   |   APFS Volume Disk (Role):   disk3s1 (System)
|   |   Name:                      Macintosh HD (Case-insensitive)
|   |   Mount Point:               /System/Volumes/Update/mnt1
|   |   Capacity Consumed:         12819210240 B (12.8 GB)
|
```
csrutil authenticated-root status
Authenticated Root status: enabled
```
Além disso, ele é montado como **somente leitura**:
```
mount
/dev/disk3s1s1 on / (apfs, sealed, local, read-only, journaled)
```
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