# XS-Search/XS-Leaks
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## **Informações Básicas**
XS-Search é uma técnica voltada para **exfiltrar informações cross-origin** abusando de **ataques de canal lateral**.
Existem diferentes elementos neste tipo de ataque:
* **Web Vulnerável**: É a web de onde queremos exfiltrar alguma informação.
* **Web do Atacante**: É a web que o atacante cria contendo o exploit e que a vítima acessa.
* **Método de Inclusão**: É o método usado para carregar a Web Vulnerável a partir da web do atacante (como window.open, iframe, fetch, tag HTML com href...).
* **Técnica de Leak**: Após acessar a web vulnerável, uma técnica será usada para diferenciar entre os possíveis estados da web com as informações obtidas do método de inclusão usado.
* **Estados**: Os 2 possíveis estados que a web vulnerável pode ter dependendo da vítima que queremos diferenciar.
* **Diferenças Detectáveis**: Esta é a informação que o atacante tem que tentar decidir o estado da web vulnerável.
### Diferenças Detectáveis
Para distinguir entre os 2 estados da página vulnerável, várias coisas podem ser observadas:
* **Código de Status**. Um atacante pode distinguir **diferentes códigos de status de resposta HTTP** cross-origin (por exemplo, erros de servidor, erros de cliente ou erros de autenticação).
* **Uso de API**. Esta diferença detectável permite que um atacante detecte o **uso de APIs Web** entre páginas, permitindo que um atacante infira se uma página cross-origin está usando uma API Web JavaScript específica.
* **Redirecionamentos**. É possível detectar se uma aplicação web **navegou o usuário para uma página diferente**. Isso não se limita a redirecionamentos HTTP, mas também inclui redirecionamentos acionados por JavaScript ou HTML.
* **Conteúdo da Página**. Essas diferenças detectáveis **aparecem no corpo da resposta HTTP** ou em sub-recursos incluídos pela página. Por exemplo, isso pode ser o **número de frames incluídos** (cf. XS-Leak no Gitlab) ou diferenças de tamanho de imagens.
* **Cabeçalho HTTP**. Um atacante pode detectar a presença de um **cabeçalho de resposta HTTP específico** e pode ser capaz de coletar seu valor. Isso inclui cabeçalhos como X-Frame-Options, Content-Disposition e Cross-Origin-Resource-Policy.
* **Tempo**: Um atacante pode detectar que existe uma diferença de tempo consistente entre 2 estados.
### Métodos de Inclusão
* **Elementos HTML**. O HTML oferece uma variedade de elementos que permitem a **inclusão de recursos cross-origin**. Elementos como folhas de estilo, imagens ou scripts, forçam o navegador da vítima a solicitar um recurso não-HTML especificado. Uma lista que enumera possíveis elementos HTML para esse propósito está disponível online ([https://github.com/cure53/HTTPLeaks](https://github.com/cure53/HTTPLeaks)).
* **Frames**. Elementos como **iframe**, **object** e **embed** podem incorporar recursos HTML diretamente na página do atacante. Se a página **não usar proteção contra frames**, o código JavaScript pode acessar o objeto window do recurso emoldurado através da propriedade contentWindow.
* **Pop-ups**. O método **`window.open`** carrega um recurso em uma nova aba ou janela do navegador. O método retorna um **manipulador de janela** que o código JavaScript pode usar para acessar métodos e propriedades, que estão em conformidade com o SOP. Esses chamados pop-ups são frequentemente usados em single sign-on. Navegadores modernos só permitem pop-ups se forem acionados por certas interações do usuário. Para ataques XS-Leak, este método é especialmente útil porque **contorna restrições de framing e cookies para um recurso alvo**. Versões mais recentes do navegador adicionaram recentemente meios para isolar manipuladores de janela.
* **Requisições JavaScript**. O JavaScript permite enviar solicitações diretamente para recursos alvo. Existem duas maneiras diferentes para esse propósito: **XMLHttpRequests** e seu sucessor **Fetch API**. Em contraste com métodos de inclusão anteriores, um atacante tem controle refinado sobre a solicitação emitida, por exemplo, se um redirecionamento HTTP deve ser automaticamente seguido.
### Técnicas de Leak
* **Manipulador de Eventos**. O manipulador de eventos pode ser visto como a técnica clássica de leak para XS-Leaks. Eles são uma fonte bem conhecida de várias informações. Por exemplo, o gatilho de **onload** indica um carregamento de recurso **bem-sucedido** em contraste com o evento onerror.
* **Mensagens de Erro**. Além dos manipuladores de eventos, mensagens de erro podem ocorrer como **exceções JavaScript** e **páginas de erro especiais**. Mensagens de erro podem ser lançadas em diferentes etapas, por exemplo, diretamente pela técnica de leak. A técnica de leak pode usar informações adicionais **contidas diretamente** na **mensagem de erro**, ou distinguir entre a **aparência e ausência de uma mensagem de erro**.
* **Limites Globais**. Todo computador tem seus limites físicos, assim como um navegador. Por exemplo, a quantidade de memória disponível limita as abas em execução de um navegador. O mesmo vale para outros limites do navegador que são aplicados para todo o navegador. Se um atacante pode determinar **quando o limite é atingido, isso pode ser usado como uma técnica de leak**.
* **Estado Global**. Os navegadores têm **estados globais com os quais todas as páginas podem interagir**. Se essa interação for detectável a partir do site do atacante, ela pode ser usada como uma técnica de leak. Por exemplo, a interface **History** permite a manipulação das páginas visitadas em uma aba ou frame. Isso cria um estado global porque o **número de entradas** permite que um atacante tire conclusões sobre páginas cross-origin.
* **API de Desempenho**. A API de Desempenho é usada para acessar as **informações de desempenho da página atual**. Suas entradas incluem dados detalhados de tempo de rede para o documento e cada recurso carregado pela página. Isso permite que um atacante tire **conclusões sobre recursos solicitados**. Por exemplo, identificamos casos em que os navegadores não criarão entradas de desempenho para algumas solicitações.
* **Atributos Legíveis**. O HTML possui vários **atributos que são legíveis cross-origin**. Esse acesso de leitura pode ser usado como uma técnica de leak. Por exemplo, o código JavaScript pode ler o número de frames incluídos em uma página web cross-origin com a propriedade window.frame.length.
#### **Técnicas Baseadas em Tempo**
Algumas das seguintes técnicas vão usar o tempo como parte do processo para detectar diferenças nos possíveis estados das páginas web. Existem diferentes maneiras de medir o tempo em um navegador web.
**Relógios**: A API [performance.now()](https://developer.mozilla.org/en-US/docs/Web/API/Performance/now) permite que desenvolvedores obtenham medições de tempo de alta resolução.\
Existem um número considerável de APIs que os atacantes podem abusar para criar relógios implícitos: [Broadcast Channel API](https://developer.mozilla.org/en-US/docs/Web/API/Broadcast_Channel_API), [Message Channel API](https://developer.mozilla.org/en-US/docs/Web/API/MessageChannel), [requestAnimationFrame](https://developer.mozilla.org/en-US/docs/Web/API/window/requestAnimationFrame), [setTimeout](https://developer.mozilla.org/en-US/docs/Web/API/WindowOrWorkerGlobalScope/setTimeout), animações CSS e outros.\
Para mais informações: [https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/clocks](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/clocks/).
## XSinator
XSinator é uma ferramenta automática para **verificar navegadores contra vários XS-Leaks conhecidos** explicados em seu artigo: [https://xsinator.com/paper.pdf](https://xsinator.com/paper.pdf)\
Você pode acessar a ferramenta em [https://xsinator.com/](https://xsinator.com/)
{% hint style="warning" %}
**XS-Leaks Excluídos**: Tivemos que excluir XS-Leaks que dependem de **service workers**, pois interfeririam com outros leaks no XSinator. Além disso, optamos por **excluir XS-Leaks que dependem de má configuração e bugs em uma aplicação web específica**. Por exemplo, configurações incorretas de CrossOrigin Resource Sharing (CORS), vazamento de postMessage ou Cross-Site Scripting. Adicionalmente, excluímos XS-Leaks baseados em tempo, pois muitas vezes sofrem por serem lentos, ruidosos e imprecisos.
{% endhint %}
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## Técnicas de Manipulador de Eventos
### Onload/Onerror
* **Métodos de Inclusão**: Frames, Elementos HTML
* **Diferença Detectável**: Código de Status
* **Mais informações**: [https://www.usenix.org/conference/usenixsecurity19/presentation/staicu](https://www.usenix.org/conference/usenixsecurity19/presentation/staicu), [https://xsleaks.dev/docs/attacks/error-events/](https://xsleaks.dev/docs/attacks/error-events/)
* **Resumo**: se ao tentar carregar um recurso os eventos onerror/onload são acionados com o recurso sendo carregado com sucesso/insucesso, é possível descobrir o código de status.
* **Exemplo de código**: [https://xsinator.com/testing.html#Event%20Handler%20Leak%20(Script)](https://xsinator.com/testing.html#Event%20Handler%20Leak%20\(Script\))
{% content-ref url="xs-search/cookie-bomb-+-onerror-xs-leak.md" %}
[cookie-bomb-+-onerror-xs-leak.md](xs-search/cookie-bomb-+-onerror-xs-leak.md)
{% endcontent-ref %}
O exemplo de código tenta **carregar objetos de scripts do JS**, mas **outras tags** como objetos, folhas de estilo, imagens, áudios também podem ser usadas. Além disso, também é possível injetar a **tag diretamente** e declarar os eventos `onload` e `onerror` dentro da tag (em vez de injetá-la do JS).
Também existe uma versão sem scripts deste ataque:
```html
```
Neste caso, se `example.com/404` não for encontrado, `attacker.com/?error` será carregado.
### Tempo de Carregamento Onload
* **Métodos de Inclusão**: Elementos HTML
* **Diferença Detectável**: Tempo (geralmente devido ao Conteúdo da Página, Código de Status)
* **Mais informações**: [https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#onload-events](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#onload-events)
* **Resumo**: A API [**performance.now()**](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/clocks/#performancenow) pode ser usada para medir quanto tempo leva para realizar uma solicitação. No entanto, outros relógios poderiam ser usados, como a [**PerformanceLongTaskTiming API**](https://developer.mozilla.org/en-US/docs/Web/API/PerformanceLongTaskTiming) que pode identificar tarefas executadas por mais de 50ms.
* **Exemplo de Código**: [https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#onload-events](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#onload-events) outro exemplo em:
{% content-ref url="xs-search/performance.now-example.md" %}
[performance.now-example.md](xs-search/performance.now-example.md)
{% endcontent-ref %}
#### Tempo de Carregamento Onload + Tarefa Pesada Forçada
Esta técnica é semelhante à anterior, mas o **atacante** também irá **forçar** alguma ação para levar um **tempo relevante** quando a **resposta for positiva ou negativa** e medir esse tempo.
{% content-ref url="xs-search/performance.now-+-force-heavy-task.md" %}
[performance.now-+-force-heavy-task.md](xs-search/performance.now-+-force-heavy-task.md)
{% endcontent-ref %}
### Tempo de unload/beforeunload
* **Métodos de Inclusão**: Frames
* **Diferença Detectável**: Tempo (geralmente devido ao Conteúdo da Página, Código de Status)
* **Mais informações**: [https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#unload-events](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#unload-events)
* **Resumo**: O relógio [SharedArrayBuffer](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/clocks/#sharedarraybuffer-and-web-workers) pode ser usado para medir quanto tempo leva para realizar uma solicitação. Outros relógios poderiam ser usados.
* **Exemplo de Código**: [https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#unload-events](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#unload-events)
Os eventos [`unload`](https://developer.mozilla.org/en-US/docs/Web/API/Window/unload_event) e [`beforeunload`](https://developer.mozilla.org/en-US/docs/Web/API/Window/beforeunload_event) podem ser usados para medir o tempo que leva para buscar um recurso. Isso funciona porque **`beforeunload`** é acionado quando o navegador **solicita uma nova navegação**, enquanto **`unload`** é acionado quando essa **navegação realmente ocorre**. Devido a esse comportamento, é possível calcular a diferença de tempo entre esses dois eventos e medir o **tempo que o navegador levou para completar a busca do recurso**.
### Tempo de Carregamento de Frame com Sandbox + onload
* **Métodos de Inclusão**: Frames
* **Diferença Detectável**: Tempo (geralmente devido ao Conteúdo da Página, Código de Status)
* **Mais informações**: [https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#sandboxed-frame-timing-attacks](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#sandboxed-frame-timing-attacks)
* **Resumo**: A API [performance.now()](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/clocks/#performancenow) pode ser usada para medir quanto tempo leva para realizar uma solicitação. Outros relógios poderiam ser usados.
* **Exemplo de Código**: [https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#sandboxed-frame-timing-attacks](https://xsleaks.dev/docs/attacks/timing-attacks/network-timing/#sandboxed-frame-timing-attacks)
Se uma página não tiver [Proteções de Enquadramento](https://xsleaks.dev/docs/defenses/opt-in/xfo/) implementadas, um atacante pode medir quanto tempo leva para a página e todos os subrecursos carregarem pela rede. Por padrão, o manipulador `onload` para um iframe é invocado após todos os recursos terem sido carregados e todo o JavaScript ter terminado de executar. No entanto, um atacante pode eliminar o ruído da execução de scripts incluindo o atributo [`sandbox`](https://developer.mozilla.org/en-US/docs/Web/HTML/Element/iframe) na tag `