# DDexec / EverythingExec
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## Contexto No Linux, para executar um programa, ele deve existir como um arquivo, ele deve ser acessível de alguma forma através da hierarquia do sistema de arquivos (é assim que `execve()` funciona). Esse arquivo pode residir no disco ou na memória (tmpfs, memfd), mas você precisa de um caminho de arquivo. Isso tornou muito fácil controlar o que é executado em um sistema Linux, torna fácil detectar ameaças e ferramentas de ataque ou impedi-las de tentar executar qualquer coisa delas (_por exemplo_, não permitindo que usuários não privilegiados coloquem arquivos executáveis em qualquer lugar). Mas essa técnica está aqui para mudar tudo isso. Se você não pode iniciar o processo que deseja... **então você sequestra um que já existe**. Essa técnica permite que você **bypass técnicas de proteção comuns, como somente leitura, noexec, lista de nomes de arquivos permitidos, lista de hash permitidos...** ## Dependências O script final depende das seguintes ferramentas para funcionar, elas precisam estar acessíveis no sistema que você está atacando (por padrão, você encontrará todas elas em todos os lugares): ``` dd bash | zsh | ash (busybox) head tail cut grep od readlink wc tr base64 ``` ## A técnica Se você conseguir modificar arbitrariamente a memória de um processo, poderá assumi-lo. Isso pode ser usado para sequestrar um processo já existente e substituí-lo por outro programa. Podemos conseguir isso usando a chamada de sistema `ptrace()` (que requer a capacidade de executar chamadas de sistema ou ter o gdb disponível no sistema) ou, de forma mais interessante, escrevendo em `/proc/$pid/mem`. O arquivo `/proc/$pid/mem` é um mapeamento um-para-um de todo o espaço de endereço de um processo (por exemplo, de `0x0000000000000000` a `0x7ffffffffffff000` em x86-64). Isso significa que ler ou escrever neste arquivo em um deslocamento `x` é o mesmo que ler ou modificar o conteúdo no endereço virtual `x`. Agora, temos quatro problemas básicos para enfrentar: * Em geral, apenas o root e o proprietário do programa podem modificá-lo. * ASLR. * Se tentarmos ler ou escrever em um endereço não mapeado no espaço de endereço do programa, receberemos um erro de E/S. Esses problemas têm soluções que, embora não sejam perfeitas, são boas: * A maioria dos interpretadores de shell permite a criação de descritores de arquivo que serão herdados pelos processos filhos. Podemos criar um descritor de arquivo apontando para o arquivo `mem` do shell com permissões de escrita... assim, os processos filhos que usarem esse descritor de arquivo poderão modificar a memória do shell. * O ASLR nem é um problema, podemos verificar o arquivo `maps` do shell ou qualquer outro do procfs para obter informações sobre o espaço de endereço do processo. * Portanto, precisamos usar `lseek()` no arquivo. A partir do shell, isso não pode ser feito a menos que usemos o infame `dd`. ### Com mais detalhes Os passos são relativamente fáceis e não exigem nenhum tipo de especialização para entendê-los: * Analise o binário que queremos executar e o carregador para descobrir quais mapeamentos eles precisam. Em seguida, crie um "shell"code que executará, em termos gerais, as mesmas etapas que o kernel faz em cada chamada para `execve()`: * Crie os mapeamentos mencionados. * Leia os binários neles. * Configure as permissões. * Finalmente, inicialize a pilha com os argumentos do programa e coloque o vetor auxiliar (necessário pelo carregador). * Pule para o carregador e deixe-o fazer o resto (carregar bibliotecas necessárias pelo programa). * Obtenha do arquivo `syscall` o endereço para o qual o processo retornará após a chamada de sistema que está executando. * Sobrescreva esse local, que será executável, com nosso shellcode (por meio de `mem`, podemos modificar páginas não graváveis). * Passe o programa que queremos executar para o stdin do processo (será `lido()` pelo referido "shell"code). * Neste ponto, cabe ao carregador carregar as bibliotecas necessárias para nosso programa e pular para ele. **Confira a ferramenta em** [**https://github.com/arget13/DDexec**](https://github.com/arget13/DDexec) ## EverythingExec A partir de 12/12/2022, encontrei várias alternativas para o `dd`, uma das quais, `tail`, é atualmente o programa padrão usado para `lseek()` através do arquivo `mem` (que era o único propósito de usar o `dd`). Essas alternativas são: ```bash tail hexdump cmp xxd ``` Definindo a variável `SEEKER`, você pode alterar o buscador usado, _por exemplo_: ```bash SEEKER=cmp bash ddexec.sh ls -l <<< $(base64 -w0 /bin/ls) ``` Se você encontrar outro buscador válido que não esteja implementado no script, ainda é possível usá-lo definindo a variável `SEEKER_ARGS`: ```bash SEEKER=xxd SEEKER_ARGS='-s $offset' zsh ddexec.sh ls -l <<< $(base64 -w0 /bin/ls) ``` Bloqueie isso, EDRs.
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