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A **Proteção de Integridade do Sistema (SIP)** no macOS é um mecanismo projetado para evitar que até mesmo os usuários mais privilegiados façam alterações não autorizadas em pastas-chave do sistema. Essa funcionalidade desempenha um papel crucial na manutenção da integridade do sistema, restringindo ações como adicionar, modificar ou excluir arquivos em áreas protegidas. As principais pastas protegidas pelo SIP incluem:
As regras que regem o comportamento do SIP são definidas no arquivo de configuração localizado em **`/System/Library/Sandbox/rootless.conf`**. Dentro deste arquivo, os caminhos prefixados com um asterisco (\*) são considerados exceções às restrições rigorosas do SIP.
Este trecho implica que, embora o SIP geralmente proteja o diretório **`/usr`**, existem subdiretórios específicos (`/usr/libexec/cups`, `/usr/local` e `/usr/share/man`) nos quais modificações são permitidas, conforme indicado pelo asterisco (\*) precedendo seus caminhos.
Para verificar se um diretório ou arquivo está protegido pelo SIP, você pode usar o comando **`ls -lOd`** para verificar a presença da marca **`restricted`** ou **`sunlnk`**. Por exemplo:
Neste caso, a bandeira **`sunlnk`** significa que o diretório `/usr/libexec/cups` em si **não pode ser excluído**, embora arquivos dentro dele possam ser criados, modificados ou excluídos.
Aqui, a bandeira **`restricted`** indica que o diretório `/usr/libexec` é protegido pelo SIP. Em um diretório protegido pelo SIP, arquivos não podem ser criados, modificados ou excluídos.
As opções são mantidas na variável nvram como um bitflag (`csr-active-config` no Intel e `lp-sip0` é lido a partir da Árvore de Dispositivos inicializada para ARM). Você pode encontrar as bandeiras no código-fonte do XNU em `csr.sh`:
Se precisar desativar o SIP, você deve reiniciar o seu computador no modo de recuperação (pressionando Command+R durante a inicialização), e então executar o seguinte comando:
* **Impede o carregamento de extensões de kernel não assinadas** (kexts), garantindo que apenas extensões verificadas interajam com o kernel do sistema.
* **Previne a depuração** dos processos do sistema macOS, protegendo os componentes principais do sistema contra acesso e modificação não autorizados.
[**Saiba mais sobre as informações do SIP nesta palestra**](https://www.slideshare.net/i0n1c/syscan360-stefan-esser-os-x-el-capitan-sinking-the-ship)**.**
* **Bypass do TCC**: Manipular diretamente o banco de dados TCC (Transparência, Consentimento e Controle) para conceder acesso não autorizado à webcam, microfone e outros recursos.
* **Estabelecer Persistência**: Colocar malware em locais protegidos pelo SIP, tornando-o resistente à remoção, mesmo com privilégios de root. Isso também inclui a possibilidade de manipular a Ferramenta de Remoção de Malware (MRT).
* **Carregar Extensões de Kernel**: Embora existam salvaguardas adicionais, burlar o SIP simplifica o processo de carregar extensões de kernel não assinadas.
**Pacotes de instalador assinados com o certificado da Apple** podem burlar suas proteções. Isso significa que mesmo pacotes assinados por desenvolvedores padrão serão bloqueados se tentarem modificar diretórios protegidos pelo SIP.
Uma possível brecha é que se um arquivo for especificado em **`rootless.conf` mas não existir atualmente**, ele pode ser criado. Malware poderia explorar isso para **estabelecer persistência** no sistema. Por exemplo, um programa malicioso poderia criar um arquivo .plist em `/System/Library/LaunchDaemons` se estiver listado em `rootless.conf` mas não estiver presente.
Foi descoberto que era possível **trocar o pacote de instalação depois que o sistema verificava sua assinatura de código** e, em seguida, o sistema instalava o pacote malicioso em vez do original. Como essas ações eram realizadas pelo **`system_installd`**, isso permitiria burlar o SIP.
Se um pacote fosse instalado a partir de uma imagem montada ou unidade externa, o **instalador** executaria o binário da **aquele sistema de arquivos** (em vez de um local protegido pelo SIP), fazendo com que o **`system_installd`** executasse um binário arbitrário.
[**Pesquisadores deste post de blog**](https://www.microsoft.com/en-us/security/blog/2021/10/28/microsoft-finds-new-macos-vulnerability-shrootless-that-could-bypass-system-integrity-protection/) descobriram uma vulnerabilidade no mecanismo de Proteção de Integridade do Sistema (SIP) do macOS, chamada vulnerabilidade 'Shrootless'. Esta vulnerabilidade gira em torno do daemon **`system_installd`**, que possui uma permissão, **`com.apple.rootless.install.heritable`**, que permite que qualquer um de seus processos filhos ignore as restrições do sistema de arquivos do SIP.
Os pesquisadores descobriram que durante a instalação de um pacote assinado pela Apple (.pkg), o **`system_installd`** **executa** quaisquer scripts de **pós-instalação** incluídos no pacote. Esses scripts são executados pelo shell padrão, **`zsh`**, que automaticamente **executa** comandos do arquivo **`/etc/zshenv`**, se existir, mesmo no modo não interativo. Esse comportamento poderia ser explorado por atacantes: criando um arquivo `/etc/zshenv` malicioso e aguardando o **`system_installd` invocar o `zsh`**, eles poderiam realizar operações arbitrárias no dispositivo.
Além disso, foi descoberto que **`/etc/zshenv` poderia ser usado como uma técnica de ataque geral**, não apenas para burlar o SIP. Cada perfil de usuário tem um arquivo `~/.zshenv`, que se comporta da mesma maneira que `/etc/zshenv` mas não requer permissões de root. Este arquivo poderia ser usado como um mecanismo de persistência, acionando toda vez que o `zsh` é iniciado, ou como um mecanismo de elevação de privilégios. Se um usuário administrador se eleva para root usando `sudo -s` ou `sudo <comando>`, o arquivo `~/.zshenv` seria acionado, efetivamente elevando para root.
Em [**CVE-2022-22583**](https://perception-point.io/blog/technical-analysis-cve-2022-22583/), foi descoberto que o mesmo processo **`system_installd`** ainda poderia ser abusado porque estava colocando o **script de pós-instalação dentro de uma pasta com nome aleatório protegida pelo SIP dentro de `/tmp`**. A questão é que **`/tmp` em si não é protegido pelo SIP**, então era possível **montar** uma **imagem virtual nele**, então o **instalador** colocaria lá o **script de pós-instalação**, **desmontaria** a imagem virtual, **recriaria** todas as **pastas** e **adicionaria** o **script de pós-instalação** com a **carga útil** a ser executada.
Foi identificada uma vulnerabilidade em que o **`fsck_cs`** foi enganado para corromper um arquivo crucial, devido à sua capacidade de seguir **links simbólicos**. Especificamente, os atacantes criaram um link de _`/dev/diskX`_ para o arquivo `/System/Library/Extensions/AppleKextExcludeList.kext/Contents/Info.plist`. Executar **`fsck_cs`** em _`/dev/diskX`_ levou à corrupção de `Info.plist`. A integridade deste arquivo é vital para a Proteção de Integridade do Sistema (SIP) do sistema operacional, que controla o carregamento de extensões de kernel. Uma vez corrompido, a capacidade do SIP de gerenciar exclusões de kernel é comprometida.
A exploração dessa vulnerabilidade tem implicações graves. O arquivo `Info.plist`, normalmente responsável por gerenciar permissões para extensões de kernel, se torna ineficaz. Isso inclui a incapacidade de listar certas extensões, como `AppleHWAccess.kext`. Consequentemente, com o mecanismo de controle do SIP desativado, essa extensão pode ser carregada, concedendo acesso não autorizado de leitura e gravação à RAM do sistema.
O sistema está configurado para inicializar a partir de uma imagem de disco do instalador incorporado dentro do `Install macOS Sierra.app` para atualizar o sistema operacional, utilizando o utilitário `bless`. O comando utilizado é o seguinte:
A segurança desse processo pode ser comprometida se um invasor alterar a imagem de atualização (`InstallESD.dmg`) antes do boot. A estratégia envolve substituir um carregador dinâmico (dyld) por uma versão maliciosa (`libBaseIA.dylib`). Essa substituição resulta na execução do código do invasor quando o instalador é iniciado.
O código do invasor ganha controle durante o processo de atualização, explorando a confiança do sistema no instalador. O ataque continua alterando a imagem `InstallESD.dmg` por meio de swizzling de método, direcionando especialmente o método `extractBootBits`. Isso permite a injeção de código malicioso antes que a imagem do disco seja utilizada.
Além disso, dentro do `InstallESD.dmg`, há um `BaseSystem.dmg`, que serve como sistema de arquivos raiz do código de atualização. Injetar uma biblioteca dinâmica nisso permite que o código malicioso opere dentro de um processo capaz de alterar arquivos de nível de sistema, aumentando significativamente o potencial de comprometimento do sistema.
Nesta palestra da [**DEF CON 31**](https://www.youtube.com/watch?v=zxZesAN-TEk), é mostrado como o **`systemmigrationd`** (que pode ignorar o SIP) executa um script **bash** e um script **perl**, que podem ser abusados via variáveis de ambiente **`BASH_ENV`** e **`PERL5OPT`**.
Conforme [**detalhado neste post de blog**](https://blog.kandji.io/apple-mitigates-vulnerabilities-installer-scripts), um script `postinstall` de pacotes `InstallAssistant.pkg` permitia a execução:
e foi possível criar um symlink em `${SHARED_SUPPORT_PATH}/SharedSupport.dmg` que permitiria a um usuário **desrestringir qualquer arquivo, contornando a proteção do SIP**.
A permissão `com.apple.rootless.install` é conhecida por contornar a Proteção de Integridade do Sistema (SIP) no macOS. Isso foi mencionado especialmente em relação ao [**CVE-2022-26712**](https://jhftss.github.io/CVE-2022-26712-The-POC-For-SIP-Bypass-Is-Even-Tweetable/).
Neste caso específico, o serviço XPC do sistema localizado em `/System/Library/PrivateFrameworks/ShoveService.framework/Versions/A/XPCServices/SystemShoveService.xpc` possui essa permissão. Isso permite que o processo relacionado contorne as restrições do SIP. Além disso, esse serviço apresenta um método que permite a movimentação de arquivos sem impor medidas de segurança.
Os Instantâneos do Sistema Lacrados são um recurso introduzido pela Apple no **macOS Big Sur (macOS 11)** como parte de seu mecanismo de **Proteção de Integridade do Sistema (SIP)** para fornecer uma camada adicional de segurança e estabilidade do sistema. Eles são essencialmente versões somente leitura do volume do sistema.
1.**Sistema Imutável**: Os Instantâneos do Sistema Lacrados tornam o volume do sistema macOS "imutável", o que significa que ele não pode ser modificado. Isso impede quaisquer alterações não autorizadas ou acidentais no sistema que possam comprometer a segurança ou a estabilidade do sistema.
2.**Atualizações de Software do Sistema**: Quando você instala atualizações ou upgrades do macOS, o macOS cria um novo instantâneo do sistema. O volume de inicialização do macOS então usa o **APFS (Apple File System)** para alternar para este novo instantâneo. Todo o processo de aplicação de atualizações se torna mais seguro e confiável, pois o sistema pode sempre reverter para o instantâneo anterior se algo der errado durante a atualização.
3.**Separação de Dados**: Em conjunto com o conceito de separação de volume de Dados e Sistema introduzido no macOS Catalina, o recurso de Instantâneos do Sistema Lacrados garante que todos os seus dados e configurações sejam armazenados em um volume "**Dados**" separado. Essa separação torna seus dados independentes do sistema, o que simplifica o processo de atualizações do sistema e aprimora a segurança do sistema.
Lembre-se de que esses instantâneos são gerenciados automaticamente pelo macOS e não ocupam espaço adicional em seu disco, graças às capacidades de compartilhamento de espaço do APFS. Também é importante observar que esses instantâneos são diferentes dos **instantâneos do Time Machine**, que são backups acessíveis pelo usuário de todo o sistema.
Além disso, o **instantâneo do volume do sistema macOS** é montado em `/` e está **lacrado** (assinado criptograficamente pelo sistema operacional). Portanto, se o SIP for contornado e modificado, o **sistema não inicializará mais**.
[**WhiteIntel**](https://whiteintel.io) é um mecanismo de busca alimentado pela **dark web** que oferece funcionalidades **gratuitas** para verificar se uma empresa ou seus clientes foram **comprometidos** por **malwares stealers**.
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